sábado, 9 de abril de 2011

Curitiba promove várias ações contra a construção de Belo Monte


A capital paranaense se junta ao coro de protestos por todo o Brasil contra a construção da mega-usina hidrelétrica nas águas do Rio Xingu. Com protestos e educações ambientais voltadas para a conscientização de que a preservação dos remanescentes florestais e das culturas ancestrais é vital, cidadãos curitibanos unem-se em locais-chave da cidade, como o Museu Oscar Niemeyer, a Universidade Federal do Paraná e a sede do IBAMA.




















































terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Salve o Xingu | Pare Belo Monte

GUARDAMOS UM SILÊNCIO MUITO PRÓXIMO AO DA ESTUPIDEZ...

“Guardamos um silêncio muito próximo ao da estupidez...”. Assim Eduardo Galeano, escritor uruguaio, começa um de seus discursos. Não me recordo agora em que momento Galeano pronunciou estas sábias palavras, até mesmo por que elas se encaixariam em vários momentos de nossa História. “Guardamos um silêncio muito próximo ao da estupidez”. Cada vez que pronuncio estas palavras, elas soam mais e mais verdadeiras.

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Este é um texto sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte, uma grande obra de infra-estrutura que, se for realizada, configurará entre os grandes momentos de estupidez da história da Humanidade. Belo Monte. Uma grande e estúpida vergonha que, como muitas outras, está solidamente embasada na necessidade voraz de poder de uns poucos e no silêncio, próximo ao da estupidez, de muitos.

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Queridos amigos... Mais uma vez mando um texto a vocês pedindo que reflitam. Mais do que isso: peço que tomem ação. Nunca deixem que o rolo compressor das necessidades aristocráticas passe por seus direitos. Não sem uma boa luta.

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O começo dessa história tem mais de 500 anos.

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Não somos ensinados na escola (eu não fui, pelo menos) sobre a verdade do “descobrimento”. Eu poderia escrever um livro sobre isso, e na verdade, há muitos livros sobre isso. Desse modo, não entrarei em detalhes sobre a nauseante chegada do homem europeu às nossas terras.

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A história do descobrimento não é a história dos índios quando nós chegamos aqui, como fomos ensinados. Essa é a NOSSA HISTÓRIA. A história do extermínio de nossos antepassados, a história do furto de nossas terras e da construção dos sistemas de poder que regem os povos que hoje habitam a América Latina. Podemos ser uma mescla genética com povos provenientes de várias locais do planeta, mas nascemos aqui, esta é a nossa terra, e devemos zelar por ela.

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O ódio, a violência, o estupro de nosso continente pelo homem europeu, na realidade, nem pode ser descrito. Mesmo após o extermínio de quase todos os pindoramas, e após a retirada alucinante de nossos recursos e o envio dos mesmos ao exterior durante séculos de colonialismo (oficial e velado), ainda nos restou muito, pois nossa terra, a América Latina, é pródiga em riquezas naturais. Não, isso é uma grande e perigosa mentira... Não nos restou muito. Restou-nos muito, MUITO POUCO. Somente é muito, se comparado ao que restou nos países do hemisfério norte. Eles não têm mais florestas, não tem mais recursos. A guerra que eles perpetram por recursos justifica a morte de milhões de inocentes, em terras longínquas... Para muitos deles, isso é normal. O que nos restou não é muito, mas é a jóia das jóias. É raro, belo, necessário, vital. E é por isso que o Brasil vem recebendo tanta atenção do exterior: qualquer cego pode ver nossas riquezas (absurdamente escassas no resto do planeta) como uma oportunidade de poder político e econômico. Não podemos deixar que, cinco séculos depois, venham querer trocar nossas riquezas naturais e culturais por espelhinhos ou brinquedos de R$1,99. O planeta não suporta mais que ajamos com tanto desdém pela realidade e pelo nosso poder de ação. Eu, como cidadã de uma América Latina democrática, com sangue pindorama correndo em minhas veias, exijo ser ao menos perguntada sobre a construção de Belo Monte. E eu antecipo minha resposta: um sonoro e estrondoso NÃO!

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Agora, uma verdade escondida pelas propagandas da TV: a energia oriunda de hidrelétricas não é ecologicamente correta, uma solução verde, limpa, maravilhosa, uma dádiva dos céus. Muito pelo contrário. Informem-se! Abaixo deste texto disponho alguns vídeos e artigos sobre Belo Monte. Muitos especialistas estão gritando sobre a ganância cega e irracional debruçando-se com garras sujas sobre o que nos resta de beleza natural e sobre a cultura e a vida destes povos milenares, povos da floresta.

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Alguém aí se lembrou do filme Avatar? Sim, é a mesma história: a ditadura da ganância elevando-se e destruindo a terra fértil e diversa, sem arrependimentos. Se guardarmos nosso silêncio estúpido como uma forma de negação de nossa responsabilidade, estaremos compactuando moralmente com um dos piores fatos históricos de que seremos contemporâneos e conterrâneos.

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Então, meus amigos, peço-lhes que manifestem-se... No mínimo, com uma assinatura e, se possível, com muito barulho, para que pelo menos todos possam saber do que está acontecendo. Também para que nossos políticos saibam que somos mais do que massa de manobra. Somos cérebros pensantes, dotados de história, consciência, e direito de decisão sobre nosso futuro, e o futuro da terra que, como nossos antepassados, agora estamos habitando.

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Estamos promovendo, em Curitiba, uma grande celebração pela floresta intacta, pelo espírito dos pássaros e das fontes de água límpida, e pelo espírito da Terra presente em todos nós. Será uma expressão cidadã em defesa do Rio Xingu e de seus habitantes. Sábado, dia 12/02/2011, 15h, no Museu Oscar Niemeyer. Traga instrumentos musicais, alegria, vontade de mudança. Se você mora em outras localidades, faça um evento em sua cidade também: juntos, somos milhões – juntos, somos UM.

EU DIGO NÃO À CONSTRUÇÃO DE BELO MONTE!


Para saber mais:

Povos do Xingu contra a construção de Belo Monte:

http://www.youtube.com/watch?v=ZmOozYXozb8

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Defendendo os rios da Amazônia (Parte 1)

http://www.youtube.com/watch?v=4k0X1bHjf3E

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Marina Silva fala sobre Belo Monte

http://www.youtube.com/watch?v=btOfeHbVZpo&feature=related

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Xingu Vivo

http://www.xinguvivo.org.br/

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Petição Contra Belo Monte 1

http://salsa.democracyinaction.org/o/2486/o/2486/l/por/p/dia/action/public/?action_KEY=4772

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Petição Contra Belo Monte 2

https://secure.avaaz.org/po/pare_belo_monte/?vl

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

DUAS PERNAS, DUAS RODAS...


Cuidar do planeta é cuidar de si... cuidar se si é cuidar do planeta.

As duas atitudes não estão apenas intrinsecamente ligadas, mas possuem a mesma essência. Pois a nossa individualidade, nosso ser, nossa identidade, nossa consciência separada daquela da consciência da Terra como um todo, é apenas uma ilusão. Somos um só ser, somos órgãos externos uns dos outros.

Vejo muitas pessoas (as pessoas de fora, claro...) encararem uma vida de responsabilidade ambiental como uma vida chata, cheia de sacrifícios, e não é verdade. Na verdade, não poderia haver mentira maior. Viver com responsabilidade com nossa alimentação e com nossas atitudes cotidianas é uma das maiores alegrias que podem existir. Desde que me tornei vegetariana me alimento muito melhor, com mais variedade, tenho a paladar mais aguçado... aprendi a beleza e o sabor das cores, dos aromas, das misturas. Cozinhar se tornou um prazer, em certas companhias até uma arte. A arte de ser feliz, plena, humana em harmonia.

A alimentação vegetariana não só é um bem para meu corpo, que se tornou mais leve (em massa e em energia), mais ágil, mais feliz, mas também é parte da minha intenção sincera para com o planeta.

Mas não é só pela alimentação que podemos fazer o bem para nosso corpo, nossa mente, e ao mesmo tempo para a sociedade e para o ambiente. Outras atitudes guardam essa mesma beleza. Experimentar a liberdade dos veículos que utilizam energia humana, por exemplo.

Abaixo, um texto contido no site http://www.bicicletadacuritiba.org/

Vale a pena uma conferida no curto porém excelente documentário Sociedade do Automóvel, logo abaixo... Não perca, é bem legal, e serão 10 minutos bem aproveitados do seu dia...

"11 milhões de pessoas, quase 6 milhões de automóveis; um acidente a cada 3 minutos; uma pessoa morta a cada 6 horas; 8 vítimas fatais da poluição por dia.

No lugar da praça, o shopping center; no lugar da calçada, a avenida; no lugar do parque, o estacionamento; em vez de vozes, motores e buzinas.

Trabalhar para dirigir, dirigir para trabalhar: compre um carro, liberte-se do transporte público ruim. Aquilo que é público é de ninguém, ou daqueles que não podem pagar.

Vidros escuros e fechados evitam o contato humano. Tédio, raiva angústia e solidão na cidade que não pode parar, mas não consegue sair do lugar."

http://www.bicicletadacuritiba.org/


Podemos ver que estar em sintonia com a natureza, com nosso corpo e com o que está acontecendo ao nosso redor (aumento da consciência ambiental, novas formas de produção de energia, consumo consciente) é viver mais, e melhor. É pensar, raciocinar, sentir, agir.

E agir só faz bem.

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